Palavra Pastoral

 

 A Bíblia garante que Jesus Cristo foi e é Deus e foi por um tempo determinado (33 anos) homem.

Jesus Cristo despojou-se da Glória no céu, da sua riqueza e posição para se tornar um homem e viver entre nós. Não só abdicou de um lugar de delícia e de descanso, como também aceitou o sofrimento, a incompreensão, a dor, os maus tratos, o ódio e a maldição da cruz.

Enquanto Deus: fez vários milagres, nomeadamente, transformar água em vinho, curar enfermos e libertar pessoas possuídas por demónios. Voluntariou-se no Céu para morrer por nós:” Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.” (João 3:17). Morreu e ressuscitou ao 3º dia.

Enquanto homem: Levou uma vida exemplar. Nunca pecou contra Deus. Foi santo até ao fim.

A Bíblia refere que em tudo foi sujeito às mesmas tentações do que qualquer mortal.

Jesus Cristo foi gerado no ventre de Maria, nasceu e cresceu normalmente como qualquer criança. Fisicamente não era bonito e era inteligente, doutores da lei impressionavam-se com a sabedoria das respostas que Ele expressava.

A nível profissional era carpinteiro, a profissão do seu Pai José, pois naquela época, a profissão do pai era ensinada ao filho.

Acredita-se que José tenha morrido cedo e que Jesus como irmão mais velho tenha sustentado os irmãos mais novos e a mãe.

Socialmente, teve muitas amizades. Passava muito tempo com os seus amigos. Eles conviviam, oravam e viajavam juntos.

Foi como um homem semelhante a todos nós. Sentiu fome, sede, cansaço e sono. Sentiu tristeza, compaixão e amor, emocionou-se e chorou. Como todo o ser humano, viveu e morreu.

Aqui segue uma carta da autoria de um médico Francês (cirurgião) que estudou a morte de Jesus Cristo, como profissional:

Médico francês reconstitui a agonia de Jesus

Publicado em 1/27/2003

Dr. Barbet, médico francês
colaboração: Pastor Celso Augusto Saraiva

Sou um cirurgião, e dou aulas há algum tempo. Por treze anos vivi em companhia de cadáveres e durante a minha carreira estudei anatomia a fundo. Posso portanto escrever sem presunção a respeito de morte como aquela.

“Jesus entrou em agonia no Getsemani e o seu suor tornou-se em gotas de sangue a escorrer pela terra”. O único evangelista que relata o facto é um médico, Lucas e fá-lo com a precisão de um clínico.

O suar sangue, ou "hematidrose", é um fenómeno raríssimo. É produzido em condições excepcionais. Para provocá-lo é necessária uma fraqueza física, acompanhada de um abatimento moral violento causado por uma profunda emoção, por um grande medo. O terror, o susto, a angústia terrível de sentir o peso de carregar todos os pecados dos homens devem ter esmagado Jesus. Esta extrema tensão, produz o rompimento das finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas. Assim, o sangue mistura-se com o suor e concentra-se sobre a pele, e então escorre por todo o corpo até à terra.

Conhecemos a farsa do processo preparado pelo Sinédrio hebraico, o envio de Jesus a Pilatos e o desempate entre o procurador romano e Herodes. Pilatos cede, e então ordena a flagelação de Jesus. Os soldados despojam Jesus e  prendem-no  pelo pulso a uma coluna do pátio. A flagelação efectua-se com tiras de couro múltiplas sobre as quais são fixadas bolinhas de chumbo e de pequenos ossos.

Os açoitadores devem ter sido dois, um de cada lado, e de diferentes estaturas. Com açoites feriram a pele, já alterada por milhões de microscópicas hemorragias do suor de sangue. A pele dilacera-se e rompe-se; o sangue espirra. A cada golpe Jesus reage com um sobressalto de dor. As forças  desvanecem-se; um suor frio enche-lhe a face, a cabeça gira com uma vertigem de náuseas, calafrios correm-lhe ao longo das costas. Se não estivesse preso no alto pelos pulsos, cairia numa poça de sangue.

Depois o escárnio da coroação. Com longos espinhos, mais duros que os de uma acácia, os torturadores entrelaçam uma espécie de capacete e aplicam-no sobre a cabeça de Jesus. Os espinhos penetram no seu couro cabeludo fazendo-o sangrar (os cirurgiões sabem o quanto sangra o couro cabeludo).

Pilatos, depois de ter mostrado aquele homem despedaçado à multidão feroz, entrega-o para ser crucificado. Colocam sobre os ombros de Jesus o grande braço horizontal da Cruz; pesa cerca de cinquenta quilos. A estaca vertical já está plantada sobre o Calvário. Jesus caminha com os pés descalços pelas ruas de terreno irregular, cheias de pedregulhos. Os soldados puxam-no com cordas. O percurso é de aproximadamente 600 metros. Jesus, esgotado, arrasta um pé após o outro e cai frequentemente sobre os joelhos. Os ombros de Jesus estão cobertos de chagas. Quando ele cai por terra, a viga escapa-lhe, escorrega, e esfola-lhe as costas.

Sobre o Calvário tem início a crucificação. Os executores despem o condenado, mas a sua túnica está colada às chagas e tirá-la produz uma dor atroz. Quem já tirou uma atadura de gaze de uma grande ferida percebe do que se trata. Cada fio de tecido adere à carne viva, ao levarem a túnica,  despedaçam-se as terminações nervosas postas em descoberto pelas feridas. Os algozes dão um puxão violento. Há um risco de toda aquela dor provocar um desmaio, mas ainda não é o fim.

O sangue começa a escorrer. Jesus é deitado de costas, as suas chagas incrustam-se de pé e pedregulhos. Depositam-no sobre o braço horizontal da cruz. Os torturadores tiram as medidas. Com uma broca, é feito um furo na madeira para facilitar a penetração dos pregos. Eles pegam um prego (um longo prego pontiagudo e quadrado), apoiam-no sobre o pulso de Jesus, com um golpe certeiro de martelo plantam-no e rebatem-no sobre a madeira. Jesus deve ter contraído o rosto. O nervo mediano foi lesado. Pode-se imaginar aquilo que Jesus deve ter provado; uma dor lancinante, agudíssima, que se difundiu pelos dedos, e espalhou-se pelos ombros, atingindo o cérebro. A dor mais insuportável que um homem pode provar, ou seja, aquela produzida pela lesão dos grandes troncos nervosos: provoca uma síncope e faz perder a consciência. Mas em Jesus não. O nervo é destruído só em parte, a lesão do tronco nervoso permanece em contacto com o prego. Quando o corpo for suspenso na cruz, o nervo esticar-se-á fortemente como uma corda de violino esticada sobre a cravelha. A cada solavanco, a cada movimento, vibrará despertando dores dilacerantes. Um suplício que durará três horas.

O açoitador e o seu ajudante sustêm a extremidade da trava; elevam Jesus, colocando-o primeiro sentado e depois em pé; consequentemente fazem-no tombar para trás e encostam-no à estaca vertical. Depois rapidamente encaixam o braço horizontal da cruz sobre a estaca vertical. Os ombros da vítima esfregam dolorosamente sobre a madeira áspera. As pontas cortantes da grande coroa de espinhos penetram o crânio. A cabeça de Jesus inclina-se para frente, uma vez que o diâmetro da coroa o impede de apoiar-se na madeira. Cada vez que o mártir levanta a cabeça, recomeçam pontadas agudas de dor. Pregam-lhe os pés.

Ao meio-dia Jesus tem sede. Não bebeu desde a tarde anterior. Seu corpo é uma máscara de sangue. A boca está semi-aberta e o lábio inferior começa a pender. A garganta, seca, queima-lhe, tem sede mas ele não pode engolir. Um soldado estende-lhe sobre a ponta de uma vara, uma esponja embebida de bebida ácida, usada entre os militares. Tudo aquilo é uma tortura desumana.

Um estranho fenómeno produz-se no corpo de Jesus. Os músculos dos braços enrijecem-se numa contração que vai se acentuando: os deltóides, os bíceps esticados e levantados, os dedos, curvam-se. É como acontece a alguém ferido de tétano. Os médicos chamam Tetania, quando os sintomas se generalizam: os músculos do abdómen enrijecem-se em ondas imóveis, de seguida os músculos entre as costelas, os do pescoço, e os respiratórios. A respiração faz-se, pouco a pouco mais curta. O ar entra com um sibilo, mas não consegue mais sair. Jesus respira com o ápice dos pulmões. Tem sede de ar, como um asmático em plena crise, seu rosto pálido pouco a pouco torna-se vermelho, depois transforma-se num violeta purpúreo e por fim em cianítico.

Jesus é envolvido pela asfixia. Os pulmões cheios de ar não podem mais esvaziar-se. A sua face está embebida de suor, os olhos saem fora de órbita.

Mas o que acontece? Lentamente com um esforço sobre-humano, Jesus toma um ponto de apoio sobre o prego dos pés. Esforça-se a pequenos golpes, eleva-se aliviando a força dos braços. Os músculos do tórax distendem-se. A respiração torna-se mais ampla e profunda, os pulmões esvaziam-se e o rosto recupera a palidez inicial. Mas porquê este esforço? Porque Jesus quer falar: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem".

Logo em seguida o corpo começa enfraquecer de novo, e a asfixia recomeça. Foram transmitidas sete frases pronunciadas por ele na cruz: cada vez que quer falar, deverá elevar-se tendo como apoio o prego dos pés. Inimaginável!

Atraídas pelo sangue que ainda escorre e pelo coagulado, enxames de moscas zunem ao redor do seu corpo, mas ele não pode enxotá-las. Pouco depois o céu escurece, o sol esconde-se, de repente a temperatura diminui. Logo serão três da tarde, depois de uma tortura que dura três horas. Todas as suas dores, a sede, as câibras, a asfixia, o latejar dos nervos medianos, arrancam-lhe um lamento: "Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?". Jesus grita: "Tudo está consumado!". Em seguida num grande brado diz: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito". E morre. Em meu lugar e no seu.

 

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